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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Pensamento da noite.

Eu faço teatro.
Eu ainda insisito em fazer teatro.
Sinto saudade de quando eu achava que era possível viver trabalhando nos palcos.
Ainda acho que seja, acho que a saudade passou.
E olha que não tenho bundas, peitos ou coxas o suficiente pra viver de teatro.
Mas eu faço.
Não sonho em ser o papel principal, não ganha mais mesmo.
Não é pedir muito conseguir pagar meu apartamento, comprar minha comida e minhas roupas só fazendo teatro, é?
É. Mas não devia ser.
Engraçado, se eu não trabalhasse, tivesse dois filhos e um marido preso eu conseguiria essas coisas.
Mas só fazendo teatro não.
Só se eu tivesse peitos, bundas ou coxas o suficiente.
Será que é bom esse negócio de teatro?!
É, porque ó: não temos dinheiro pra montar espetáculo, não temos dinheiro pra pagar a pauta do teatro da própria escola de teatro, não temos dinheiro pra divulgar, temos que implorar o comparecimento das pessoas (isso inclui nossos amigos que, na maioria daz vezes, preferem ir pro bar beber em pé) e ganhamos vinte reais que não paga nem o ônibus que íamos pro ensaio.
É muito amor.
Mas queria sobreviver de amor.
A gente passa anos criando e estudando caminhar, modos de falar, olhar, espirrar e até um jeito diferente pra soltar pum (o que faz a plateia vir a baixo de tanto rir e tu aí, disque estudando Stanislavski).
Que merda né?!
Aliás, pra se ter uma ideia da loucura que é fazer teatro, acabei de desejar sorte.
Não sou atriz, acho que vou morrer não sendo. Não me importo, acho que ser atriz é uma carga muito pesada que não quero ter.
Engraçado, não quero ser atriz mas quero viver de teatro. Acho que tô ficando louca, que nem esse povo de teatro. Meu Deus.
Enfim, acho que a minha diferença ao fazer teatro da maioria das pessoas que dizem ser atores, é que eu faço teatro com amor.
Com muito amor.
Triste né?
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