Menu

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Dor de saudade

A saudade dói quando a gente anda na rua e por meio segundo acha que viu aquele alguém mas no outro meio segundo lembra que não pode ser porque esse alguém não tá na cidade. Assim mesmo, sem vírgula, porque é assim que ela dói.
Share:

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Só, às vezes.

Não sei como é ser solitária, posso até me sentir assim às vezes, mas de fato não sei.
Diferente de Luísa.
Luísa gritava calada.
Chorava no banheiro implorando a Deus e para a vida.
Sonhava em um dia pintar sua alma, preto e branca, colorida em uma tela.
Afirmava perder sem competir.
Costumava ir ao cinema e se emocionar com os filmes, gostava de assistir os mais tristes.
Mas Luísa demorou pra perceber que era solitária.
Foi um dia, cantando Geni e o Zepelim, que Luísa sentiu.
Sentiu amor por Geni e nojo pelo comandante.
E se sentiu só.
Não tinha com quem compartilhar, amar e nem cantar.
Luísa não era má, só era só.
Share:

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Carta para Clarice

É engraçado quando converso com Clarice.
E nem sequer nos conhecemos.
E não falo dessa amizade atual, a tal da virtual.
Falo de diálogos mesmo, com letras, sentimentos e até lágrimas.
Clarice parece me conhecer bem. Assim como o Caju. Mas, por mais que as afinidades sejam diferentes, Clarice me conhece mais.
E sempre que preciso, ela está ali. E sempre, eu disse sempre, que preciso saber o que fazer ou preciso ouvir algo que me faça caminhar e não estagnar, ela me diz.
Eu e Clarice somos bem parecidas. E nunca tomamos chá. Nem café. Muito menos uísque, eu não bebo.

Não sei se Clarice sabe que eu faço teatro, ou que curso jornalismo, ou que me interesso por moda, ou que namoro o homem da minha vida. Mas Clarice me conhece bem. Mesmo sem me conhecer.

Então um beijo pra Clarice.
Com amor, Valéria.
Share:

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Sobre amor escorrendo pelos dedos

Vi uma vez nós dois cantando palavras e segredos de amor.
Em seguida tomávamos café, tava frio.
Andávamos de mãos dadas por Portugal.
Tínhamos um apartamento pequeno, aconchegante, cheio de livros e pinturas tuas.
Escrevíamos cartas e nos mandávamos. Mesmo morando no mesmo lugar e se falando pessoalmente todos os dias, pra não perder o costume.
Às vezes íamos à praça de clown passar chápeu.
Desde que nos amamos, nunca mais te deixei fazer a barba. Discutíamos por isso.
Uma noite, em que saíste e eu fiquei em casa, trouxeste uma linda rosa vermelha na volta.
Guardei-a.
Não saíamos pra dançar, dançávamos em casa, com pouca luz e música boa. Aquelas velhas.

Éramos eu, meu sapato, meu vestido, meu casaco, meu curto cabelo. Tu, tua velha calça, tua camisa de mangas compridas e nossos beijos.

Eu achava bonito enquanto eu lia e tu cozinhava, sabias que eu não era boa pra isso. Comíamos rindo por saber que eu nunca faria um macarrão tão gostoso quanto aquele. Bebíamos vinho, eu menos que tu, só pra deixar meu coração mais saudável pra nós dois.

Era bonito quando andávamos até o outro lado da rua, só pra comprar pão, de mãos dadas, porque não sabíamos andar juntos sem ser assim. 

Éramos eu, nossas mãos, nosso caminhar e amor escorrendo pelos dedos.
Share:

terça-feira, 4 de junho de 2013

Desabafo

Aí a gente acha que tá tudo bem, que estamos em um relacionamento estável, temos bons amigos, tiramos boas notas e até conseguimos ganhar uns trocados fazendo o que a gente ama. E a gente percebe que chegou a um lugar e estagnou. E não consegue sair. Não sabe como sair. E mesmo resolvendo mudar, o outro dia é igual.

Abrimos o guarda-roupa e temos a mesma roupa, pegamos o mesmo ônibus e encontramos com as mesmas pessoas. Mas, e se isso fosse diferente?

Se um dia a gente acordasse, desejasse um guarda-roupa repletos de roupas diferentes das suas, um ônibus menos lotado que fizesse uma curva a menos e encontrasse com aquele cara que sempre teve vontade de conversar?

Dá vontade de trocar um dia normal por esse dia né? Eu tenho isso de vez em quando, isso que eu digo é essa vontade. Não é querer mudar o estilo de vida, mudar de amigos e nem de namorado. É mudar um dia.

Assim, a gente poderia experimentar aquele estilo vintage ou rock'n'roll de se vestir, ver uma casa antiga que ainda não conhecia e sugar um pouco da experiência de vida daquele cara. Um pouco da música, um pouco do filme e também do livro. 

Mas, infelizmente, não é possível. Então, só tenho a pedir: uma viagem nas férias de julho, por favor.
Share:

quarta-feira, 3 de abril de 2013

A Vila das Placas

I

A placa dizia: COSTURA EM
                       GERAL MANI-
                       CURE PEDICU
                                            RE

No início pensei que fosse só mais uma dessas placas com erros ortográficos. Mas insisti que não era e fui investigar.
Entrei na pequena casa azul com janela marrom e Dona Carmem, uma velhinha simpática, estava na porta. Parecia até que estava me esperando.

Ofereci-me pra fazer uma nova placa, onde o texto estaria correto e o entendimento do público seria maior. Mas Dona Carmem não quis, insistiu que a placa estava correto. Foi uma disputa entre língua. Eu de cá, ela de lá. Como fazê-la entender o que a placa diz?

Dona Carmem, - eu tento explicar - a sua placa diz que a senhora costura manicure pedicure, o que é impossível, visto que as mesmas são pessoas.
Ela insiste: Mas é isso mesmo minha filha. Eu costuro manicure pedicure.
Eu estranho e acho que ela está confusa.

E então, chega Maria, uma senhora vestida de onça dizendo que havia marcado uma hora com Dona Carmem. O negócio era mais sério do que eu pensava.

Dona Carmem então disse pra mim: Espia!

Espiei e, não é que a velha e simpática Dona Carmem estava certa?

               
                                     
Share:

sábado, 5 de janeiro de 2013

O dia dela.

Eu lembro de tê-la visto acordar sem esperanças pra aquele dia.
Até tomou café, o que não fazia geralmente.
E, enquanto chovia naquela manhã, assistiu sua série preferida até a chuva passar.
No fim, se preocupou em lavar bem os cabelos pra que ficassem cheirosos para si.
Ia encontrar com os amigos logo no meio da tarde, pra discutir poesias.
E amaram-se. Os três. No chão. Com beijos e pegadas. E após muito suarem, despediram-se.
A atração não ia além de corpos bonitos.
De noite marcaram de beber cerveja em um pequeno e barato boteco.
E nos meio das fumaças dos cigarros, também baratos, ele apareceu.
Ela não o via há 3 anos, após enxergá-lo com sua camiseta preta (aliás, parece que foi proposital, em uma noite deles dois juntos, ela disse que amava-o com aquela camiseta) virou o rosto pra que ele não percebesse o sorriso que havia sido costurado e estampado nos seus lábios.
Levantou-se para ir ao banheiro com aquele querer ser e não ser percebida ao mesmo tempo.
Ao voltar para mesa: "queria encontrar alguém conhecido, alguém bem bonito, pra que ele percebesse que dei a volta por cima de nós dois. Alguém me me tocou. Ah, eu conheço!
Será que ele viu? Não quero olhar pra não dar muita bola, mas não posso pedir pra outra pessoa olhar, vão saber quem ele é. Merda, fiquei de costas. Será que ele tá me olhando? "
E estava.
Ela voltou pra casa sem saber que ele a olhava com o mesmo sorriso e saudade.
Mas ela estava feliz pelo simple fato de tê-lo visto.
Estranha, não?
Share:

Popular Posts

Seguidores

Tecnologia do Blogger.

Copyright © mentiras sinceras me interessam | Powered by Blogger

Design by Anders Norén | Blogger Theme by NewBloggerThemes.com