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terça-feira, 21 de abril de 2015

Eu tava só.
Nem indo, nem vindo e nem parada.
Rodeada por conhecidos e desconhecidos, na beira do bar, embriagados.
Não fazia muita questão de ser, mas era.
Foi sem te chamar que chegaste.

Eu tava só.
Sentada, lendo curiosamente o último capítulo do meu livro que, depois de um tempo, passou a ser meu preferido.
Com o melhor copo de café que Dona Célia servia no bar.
Estava lá porque morava dobrando a esquina, no primeiro andar, em cima da padaria.

Eram 2h da manhã e eu lia a frase "acender o fogo" quando chegaste pedindo uma cadeira.
Depois não havia fogo nenhum para acender.

Só conseguia te observar com o canto do meu olho, estavas me observando enquanto eu tentava saber o que acontecia depois de um fogo aceso.

Precisava sair dali, mas o café ainda tava quente.

Traguei-o e fui.

No outro dia, enquanto te via chegar, fechei o livro e procurei alguma maneira de te fotografar com os olhos sem que me enxergasse. Mas me viste logo de cara.

Depois de pedires a cadeira da minha mesa enquanto haviam várias outras mesas sem ninguém, pressupus que podia te olhar. E olhei.


Depois disso, por um tempo, sempre que a gente se tocava eu conseguia respirar.

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