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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Com um disco na vitrola, diminuo as luzes e me afundo na minha cadeira de balanço segurando uma xícara de café e apagando cigarros em baixo da mesa.
Eu nunca reconheci minhas fraquezas, até saber que minhas forças foram aniquiladas formalmente de meu corpo e já não consigo ficar de pé.
Hoje quando procuro secar minhas lágrimas salgadas, lembro do sorriso que me deste enquanto partias, com óculos escuros para não reconhecer o brilho dos teus olhos enquanto sonhavas na realidade.
Enquanto o sol queima minha liberdade involuntária, me sinto preso a minha paixão sem poder correr a favor do vento sentindo cheiro das lindas flores do campo.
Não sei se faz algum sentido, mas estou bem enquanto respirares, enquanto viveres sob o mesmo céu que eu e não fugires para as estrelas enquanto eu não encontrá-las.
O sangue que percorre dentro de mim esquenta a cada nota, procurando em tua solidão o meu lugar.
Minhas mãos lembram do teu corpo e o quanto tuas pernas me seguravam no chão para nunca sair das nuvens.
Eis que o fim de um começo está próximo a nós e nossos corações já não batem mais sincronizados ao nosso vai e vem dos corpos.
Chegou a hora de que as luzes se apagam de meus olhos e nossas almas se sentem abstinentes a nós.
O vento me assiste senti-lo como quem sente uma onda me mergulhar.
Nós já não existimos mais.
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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Não precisou eu conhecê-la, só ver o modo como ela desligara o telefone e olhava para lugar nenhum deu pra perceber.
Ele havia deixado-a.
Quando a vi, me senti tão ela que até o meu coração começou a palpitar pelo meu corpo inteiro.
Eu até ouvi meu coração aqui ao lado batendo sem motivo.
As mãos perderam a coordenação.
Os pés criaram calos descansados.
E os cabelos foram cortados.
Ali o dia, o mundo havia se despedaçado bem na sua frente e ela nem queria que fosse reconstituído.
Ela morreu.
O coração bateu.
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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Ele olhou dentro de meus olhos.
E aquela sensação fez minhas mãos suarem, tremerem delicadamente, meu coração por pouco não sair da boca e a única vontade que eu tive naquele momento foi beijá-lo.
Nos viamos pouco, mas tínhamos constante contato.
Eu não queria falar nada.
Nem que ele dissesse nada.
Era uma só calçada pra nós dois.
Ao lado do poste que inutilmente estava ali, porque bastava eu ter aqueles olhos na minha frente pra perder o medo do mundo inteiro.
Peguei suas mãos e, óh céus, existe mão mais macia do que a dele?
Era ali que eu queria estar, durante toda a minha vida, era ali o meu lugar e eu havia acabado de descobrir.
Que vontade de gritar pra todos perceberem que sou a pessoa mais feliz desse mundo.
Mas me contive, eu não preciso de todos, só dele.
Então ele resolveu falar, e eu que não queria ouvir nada, e ele sabia disso, resolveu dizer:
-"Eu tão bem sinto a tua falta."
Até em quebrar o silêncio e fugir das minhas vontades, ele me faz feliz.
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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Hoje eu tava no ônibus, quase dormindo, com a cabeça enconstada na janela.
Sentou alguém ao meu lado e eu virei para ver quem era, mas sem interesse algum, só por curiosidade mesmo.
Era ela.
Linda como todas as vezes que a vi.
Como eu queria que ela soubesse quem eu sou.
Talvez se ela soubesse o quanto eu, um cara com nenhum tempo livre, utiliza o tempo ocupado para lembrar dela.
Eu fiquei nervoso, querendo falar mas só mal olhava.
Olhei ela pelo vidro que havia para separar o cobrador dos passageiros, para não ser muito indiscreto.
Tava tão concentrado que não percebi que ela também me olhava.
E então começou a chover e nos desconcentramos para fechar a janela.
Ela fechou a de baixo e eu a de cima.
Compartihamos algo pela segunda vez, ela vai esquecer, eu sei.
Mas eu não.
Enfim chegou a hora de eu descer.
Eu pensei "até logo" e desci.
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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Devaneio, Zelo. Inconsciente.

Eu vi os olhos.
Senti a boca.
Toquei as mãos.
Eu vi as mãos.
Senti os olhos.
Toquei a boca.
Eu vi a boca.
Senti as mãos.
Toquei os olhos.
Mas não era.
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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Ela não conhecia aquele lugar e das pessoas que ali estavam, três eram seus amigos.
O ambiente era agrádavel, não demorou muito para se acostumar com a fumaça de cigarro que dali tomava conta.
A música alta e o tocar das pessoas lhe encantava.
Queria se jogar naquele mundo, queria ser igual.
Mas não era.
Teve só dois amores na vida, e dúvido que alguém dali não tenha tido mais que seis amores.
Não por serem mais velhos, mas por viverem a vida diferente mesmo.
Ela tentou tomar dois goles da poção que lhe transformaria em ser igual.
Foi no caminho da busca ao terceiro gole que ele puxou sua mão.
Ela já havia percebido o seu olhar, mas era bom demais para ela acreditar.
Mas era verdade.
Talvez ele tivesse percebido sua diferença, ela se destacava mesmo não querendo.
Então, foi com o puxar de sua mão que ela recebeu o beijo mais gostoso de sua vida.
Beijaram-se por horas sem trocar nem os nomes.
Depois de sentarem e entrelaçarem as mãos, passaram a se conhecer.
Ele tinha o mais belo sorriso do mundo.
E sempre que ele sorria, ela o beijava como se fosse o último beijo.
Ele tocou a coxa dela e ela pegou sua mão, não para retirar do lugar, para segurá-la mesmo.
Então chegou a hora de partir.
Deram-se o último beijo.
"Fala alguma coisa." - ela.
"Falar o quê?" - ele.
Falaram-se depois, só não se reconhecem.
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sábado, 22 de janeiro de 2011

Ela deixava a vida acontecer. Esbarrava em amores e desamores. Sentia sorrisos e lágrimas. Tudo sozinha, sentimentos totalmente independentes.
Ouvia as músicas para sentir a positividade. Escrevia as palavras para ninguém lê. Ouvia aplausos sem medo de parar.
A vida é bem mais fácil quando não existe ninguém para dizer que ela é difícil.
É muito jovem, guardou os sonhos dentro de uma caixinha sem chave, prontos para fugir a qualquer momento.
O que falta à ela é coragem e egoísmo.
Mas é que um dia apareceu alguém para lhe dizer o quanto é bela, o quanto a ama e o quanto é feliz com ela.
Nunca havia aparecido ninguém assim, teme ser o único.
Não existe os dois pra ela, existe ela com ele e ele para ela.
O medo é o grande título.
Não queria que fosse assim...
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