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segunda-feira, 8 de julho de 2013

Sobre amor escorrendo pelos dedos

Vi uma vez nós dois cantando palavras e segredos de amor.
Em seguida tomávamos café, tava frio.
Andávamos de mãos dadas por Portugal.
Tínhamos um apartamento pequeno, aconchegante, cheio de livros e pinturas tuas.
Escrevíamos cartas e nos mandávamos. Mesmo morando no mesmo lugar e se falando pessoalmente todos os dias, pra não perder o costume.
Às vezes íamos à praça de clown passar chápeu.
Desde que nos amamos, nunca mais te deixei fazer a barba. Discutíamos por isso.
Uma noite, em que saíste e eu fiquei em casa, trouxeste uma linda rosa vermelha na volta.
Guardei-a.
Não saíamos pra dançar, dançávamos em casa, com pouca luz e música boa. Aquelas velhas.

Éramos eu, meu sapato, meu vestido, meu casaco, meu curto cabelo. Tu, tua velha calça, tua camisa de mangas compridas e nossos beijos.

Eu achava bonito enquanto eu lia e tu cozinhava, sabias que eu não era boa pra isso. Comíamos rindo por saber que eu nunca faria um macarrão tão gostoso quanto aquele. Bebíamos vinho, eu menos que tu, só pra deixar meu coração mais saudável pra nós dois.

Era bonito quando andávamos até o outro lado da rua, só pra comprar pão, de mãos dadas, porque não sabíamos andar juntos sem ser assim. 

Éramos eu, nossas mãos, nosso caminhar e amor escorrendo pelos dedos.
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