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sábado, 21 de abril de 2018

Apesar de.

As ruas nunca param.
Caso um dia você experimente parar para pensar, nada para. Nunca. Jamais.
Até onde não há vida, há.

E tem dias que nada a incomoda mais que esse movimento todo.
Essa necessidade de nunca parar, de sempre ser, estar, ir.
E em meio à toda essa confusão de não saber o que sentir, como sentir e se quer mesmo sentir - seja lá o que sentir for - ela só quer parar.

E não tem relação com o tempo - apesar de ter.
Existe dentro dela um medo de não ser só, de ter que estar junto, acompanhar e dividir.
Não é egoísmo - apesar de ser.

Só que todo dia rola uma espécie de desespero.
Um tremelique nas mãos, um medo de cair das escadas ou de perder o ônibus.
Seguir o caminho pelas pernas nem sempre dói, só atrasa.

É em cada paralelepípedo que ela tropeça.
Ainda bem que ela não está só - apesar de estar.
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