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quarta-feira, 11 de março de 2015

Tá bom como tá. Tá?

Ouvi dizer que ele terminou.
Não sei o porquê, não sei quando, não sei onde. Mas aconteceu.
Foi até engraçado, há tempos não pensava nele, de repente me deu uma aflição, uma emoção, uma saudade. Pedi pra alguém próximo me informar sobre o que ele andava fazendo, onde estava comendo depois que o café da esquina fechou e o que ele tava calçando, já que a bota marrom que ele tanto usava ficou na minha casa.

Não queria perguntar de primeira, assim, rápido. Queria buscar algum assunto antes de falar dele. Mas o único assunto em comum, fora ele, foi a falta do sorvete na sorveteria que nos encontrávamos.
E depois do silêncio após: "estranho não ter sorvete em uma sorveteria" fui obrigada a preencher o vácuo com: "e ele?".
E não precisava de mais nada pra saber a quem eu me referia (já que o assunto sorvete estava finalizado).

E descobri.
E pensei: "não estou morrendo, não estou" (apesar de estar).
E descobrir o fim bastou pra eu não pensar em mais nada a não ser em como estaríamos se tivéssemos continuado.

E, como bom ser apaixonado (não que eu estivesse), lembrei de tudo. Desde as cartas ao último beijo antes de virar de costas e vir embora.
Guardo em uma caixa algumas das nossas fotos, dos desenhos e dos livros que são nossa cara.
Não pude deixar de abrir e lembrar de tudo em cada coisinha dessas.

Fomos felizes juntos, disso não tenho dúvida.
Mas também sou feliz sozinha.

Só que sempre que faz frio eu lembro do edredom que nos cobria.

Pensei até em mandar uma mensagem, mas não sei se ele ainda tem o mesmo número.
Talvez eu mande um email. Mas talvez ele tenha mudado de email também.

Se bem que tá bom como tá.  
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