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terça-feira, 15 de julho de 2014

''Confia em mim.''
Na primeira vez que ele falou essa frase ela não ouviu, e ao repetir ela ficou na dúvida se deveria ou não confiar em alguém que tinha acabado de conhecer.
Sentiu os lábios daquele homem encostarem em seus seios com uma delicadeza que transmitia uma imensa confiança.
A partir dai nada mais importava.
E ali só se encontravam os dois, enquanto seus lábios se tocavam, nem eles mais existiam.

Era a primeira vez que ela se entregava para alguém.
Seu corpo nu sempre fora censurado por ninguém mais, ninguém menos, que ela mesma.
A magreza era um vício lacrado em sua cabeça.
Os ossos praticamente aparentes lhe impediam de viver.

Já tinha idade para o prazer próprio, mas se limitava. A excitação, pensava ela, nada tem a ver com o coração.
Nunca haviam lhe dito que seu prazer não era permitido. Mas era como se na hora suas mãos estivessem amarradas e presas na sua própria liberdade.

Depois do primeiro beijo, um dos mais longos que havia dado, entregou-se a alguém que nem sabia a idade. Não haviam muitas pessoas no local, e os poucos que haviam não lembrariam de nada no dia seguinte, então ela não via problema em se dar prazer. Ao menos uma vez.

E entregou seus lábios e seios naquele dia. E, depois disso, só se entregara novamente alguns anos depois, quando, finalmente, entregou também sua liberdade para outro alguém.

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